Discutíamos na aula passada se é necessário mais aulas de português na grade de jornalismo, pois muitos estudantes ainda têm dúvidas no idioma e outros se formam sem saber usar a crase, os porquês, as vírgulas etc.
No começo do curso de Comunicação Social, eu tive Comunicação e Expressão (F. Santos), quando reforcei o uso de tudo aquilo que citei acima, e depois Técnicas 1 (J. Cruz), aula que põe mais em prática aquele mesmo aprendizado. A parte da G2 da professora, por exemplo, era texto para ser corrigido: o que tem de ter caixa alta? O que leva crase? O uso do cujo da frase está correto? As vírgulas foram usadas corretamente? Não aprendeu quem não quis.
Agora, quando leio o texto do amigo da sala ou mesmo o jornal, a publicidade na revista, o crédito na televisão, encontro muitos erros. Erros bobos, básicos, que prejudicam a imagem de qualquer profissional, e você se pergunta: faltam matérias obrigatórias para o ensino da língua portuguesa na universidade?
A PUC-Rio não tem de aumentar o número de cadeiras para o aprendizado de português. O problema é a falta de rigidez, ou seja, a facilidade para tirar notas boas. Alguns estudantes precisam tirar notas baixas, ou mesmo repetir a matéria, para entender o uso adequado da língua. Com a garantia do 10 ou do 9 no fim do período, a maioria dos alunos nunca vai se esforçar e, portanto, aprender. Enquanto nada é feito, os veículos de comunicação continuam errando feio no português. Sergio Nogueira e Aluizio Maranhão que nos ajudem!
domingo, 26 de agosto de 2012
A obrigatoriedade do diploma e a PUC-Rio
O curso de Comunicação Social e, especificamente, a habilitação de jornalismo sempre foram motivos de discussão entre eu, como estudante de jornalismo do 4º período, e meus amigos. Afinal, o que achamos da grande?
Para começar, se eu quisesse me formar em Cinema ou em Publicidade, não optaria pela PUC-Rio. Ou iria para a ESPM ou estudava mais um pouco e entrava na UFF. Os três primeiros períodos são focados demais na habilitação de jornalismo a ponto de sufocar os estudantes das outras habilitações e os próprios aspirantes a jornalista.
Já com a habilitação de jornalismo, o que ocorre? Técnicas de Reportagem (A. Ferreira, 4º período) é uma repetição de Técnicas 1 (J. Cruz, 2º período) ou mesmo do estágio no jornal do Portal PUC-Rio (A. Carauta, 1º e 2º período). Conceito do lead, como escrever o lead, quais são os fatos mais importantes para entrar na matéria, o que dá matéria, qual é o gancho, blablablá. E quando um texto que você leu para Sociologia (L. Fernando, 2º período) é dado na aula de Comunicação em TV (B. Aucar, 3º período)? Mais repetição e você, que leu “Sobre a Televisão”, repete todo o conteúdo. Nem vamos falar do livro “Deu no jornal”, certo? Bibliografia de Introdução do Jornalismo (I. Maduell, 1º período) e Comunicação Impressa (A. Carauta, 2º período). Será que esse livro é tão bom assim? Ou será que eles acreditam que a gente tem a capacidade de ler só um livro por ano? Tenho minhas dúvidas.
Enquanto temos de repetir todo o aprendizado e a leitura de períodos anteriores, as eletivas de fora do departamento obrigatórias são só de QUATRO horas em um dos oito períodos para a graduação. O jornalista, aquele profissional que tem de – ou pretende – saber de tudo um pouco, não tem a abertura suficiente para fazer Introdução a Economia, Eleições e Partidos Políticos, Direito Eleitoral, entre outras disciplinas, porque sofre a pressão para concluir o curso com uma única eletiva de fora do departamento. Deveria haver mais incentivo para essas matérias de fora do Departamento de Comunicação Social, afinal os alunos já podem ali ter uma base do conteúdo da editoria na qual trabalharão. Se eu me interesso por política e economia, nada mais justo que eu “puxe” algumas matérias e ainda pense em me especializar academicamente. A universidade abre esse leque para o estudante? Não.
Para o diploma ser obrigatório, precisa-se que as universidades cumpram a função de formar o estudantes, ou seja, ensine português - ainda que a escola não o tenha feito - e dê a base quanto a assuntos em geral - não só Filosofia, História Contemporânea e Política, Social e Econômica do Brasil. Se a melhor universidade privada do país não o faz, enquanto as públicas permanecem em greve, imagine as demais instituições espalhadas pelos 26 estados.
Já com a habilitação de jornalismo, o que ocorre? Técnicas de Reportagem (A. Ferreira, 4º período) é uma repetição de Técnicas 1 (J. Cruz, 2º período) ou mesmo do estágio no jornal do Portal PUC-Rio (A. Carauta, 1º e 2º período). Conceito do lead, como escrever o lead, quais são os fatos mais importantes para entrar na matéria, o que dá matéria, qual é o gancho, blablablá. E quando um texto que você leu para Sociologia (L. Fernando, 2º período) é dado na aula de Comunicação em TV (B. Aucar, 3º período)? Mais repetição e você, que leu “Sobre a Televisão”, repete todo o conteúdo. Nem vamos falar do livro “Deu no jornal”, certo? Bibliografia de Introdução do Jornalismo (I. Maduell, 1º período) e Comunicação Impressa (A. Carauta, 2º período). Será que esse livro é tão bom assim? Ou será que eles acreditam que a gente tem a capacidade de ler só um livro por ano? Tenho minhas dúvidas.
Enquanto temos de repetir todo o aprendizado e a leitura de períodos anteriores, as eletivas de fora do departamento obrigatórias são só de QUATRO horas em um dos oito períodos para a graduação. O jornalista, aquele profissional que tem de – ou pretende – saber de tudo um pouco, não tem a abertura suficiente para fazer Introdução a Economia, Eleições e Partidos Políticos, Direito Eleitoral, entre outras disciplinas, porque sofre a pressão para concluir o curso com uma única eletiva de fora do departamento. Deveria haver mais incentivo para essas matérias de fora do Departamento de Comunicação Social, afinal os alunos já podem ali ter uma base do conteúdo da editoria na qual trabalharão. Se eu me interesso por política e economia, nada mais justo que eu “puxe” algumas matérias e ainda pense em me especializar academicamente. A universidade abre esse leque para o estudante? Não.
Para o diploma ser obrigatório, precisa-se que as universidades cumpram a função de formar o estudantes, ou seja, ensine português - ainda que a escola não o tenha feito - e dê a base quanto a assuntos em geral - não só Filosofia, História Contemporânea e Política, Social e Econômica do Brasil. Se a melhor universidade privada do país não o faz, enquanto as públicas permanecem em greve, imagine as demais instituições espalhadas pelos 26 estados.
sábado, 11 de agosto de 2012
A primeira semana
Na aula de quinta-feira passada (9), nós comentamos o artigo escrito pelo professor Leonel Aguiar, publicado no Portal PUC-Rio Digital (leia aqui). O texto é sobre o jornalismo fast-food - quando o jornalista fica sentado na redação o tempo todo e acaba passando informações errôneas. Como exemplo, Aguiar contou o caso da notícia de uma agência da Bolívia que apurou uma notícia errada, e dois sites brasileiros, o da Veja e o de O Globo, reproduziram sem verificar a veracidade.
Isso passou a ser frequente com o webjornalismo e a pressa pelo furo, que faz os veículos quererem dar antes da rádio, da televisão e dos outros sites, daí tudo acaba em "barriga" - expressão que significa "erro".
Também discutimos o jornalismo de disfarce. As pessoas não sabem que você é jornalista, daí dá para observar tudo e poder acompanhar toda a história sem ser dado como jornalista. Assim, o impacto na realidade, como haveria com uma câmera ou um carro da emissora, é menor. Por exemplo, caso Tim Lopes no Morro do Alemão e também equipe do jornal O Dia na favela do Batam. (leia matéria da Piauí)
Tim Lopes é o grande nome do jornalismo investigativo no Brasil, principalmente depois da morte dele, que tanto fez a mídia mudar. Antes da reportagem no Alemão, pela qual ele mais ficou conhecido, ele já tinha feito matéria como operário do metrô e pedinte de rua para um jornal mais alternativo chamado O Repórter. A discussão sobre o filme "Arcanjo" (assista ao trailer), organizado com a ajuda do filho de Tim, está nos planos da aula.
Já outro nome de destaque no jornalismo investigativo na televisão é Eduardo Faustini, por quem duas alunas da turma demonstraram bastante admiração (leia sobre ele na Trip).
Ainda vamos aprofundar nas aulas, o que fez merecer o primeiro Prêmio Esso ir para reportagem da Revista O
Cruzeiro - de equipe disfarçada que acompanhou pau de arara que veio do Nordeste a São Paulo com Lula durante cerca de um mês.
Outro assunto da aula foi a teoria da ação social, ou seja, como o jornalista produz algum tipo
de ação ou reação na sociedade. Essa teoria trabalha com os conceitos de
manipulação e distorção, que já caíram na boca do povo. Como exemplo de distorção da realidade, podemos voltar ao exemplo dado no artigo de Aguiar sobre a expulsão da Coca-Cola da Bolívia. Encontramos dois viés políticos, que distorcem a realidade: o da esquerda, quando a pessoa acredita que aquilo fará bem à sociedade pois trata-se do afastamento do símbolo do capitalismo e o da direita, quando a pessoa acredita que a expulsão é fruto de regime autoritário.
O ponta pé inicial
Sou estudante de Jornalismo da PUC-Rio e curso a eletiva Jornalismo Investigativo, ministrada pelo professor Leonel Aguiar. Hoje, eu tenho 19 anos, estagio na TV Bandeirantes e estou no quarto período da faculdade. Eu quero ser jornalista da editoria de política, especializada em investigações sobre poder em Brasília, e eu também me graduarei em Ciências Políticas pela PUC-Rio.
A proposta deste blog é democratizar todo o aprendizado da aula e abrir espaço para o debate dessa área da profissão. Caso haja algum erro nas postagens, peço que os internautas se manifestem para fazermos deste blog uma fonte de conteúdo confiável para interessados em jornalismo investigativo.
Não poderia passar em branco o nome do blog. Afinal, da onde surgiu "Blomkvist (!) investiga"? A origem do nome do blog vem do personagem Mikael Blomkvist (Daniel Craig), da trilogia de livros escritos por Stieg Larsson e transformada em filmes depois. O cinema sueco fez a versão do filme, cuja sinopse você lê abaixo, (e os americanos já preparam a trilogia de Hollywood - saiu só o primeiro dos três filmes):
"O jornalista Mikael Blomkvist acaba de perder uma batalha judicial contra o poderoso empresário Hans Eric-Wennerström, sendo senteciado a três meses de cadeia. Co-editor da revista Millennium, o golpe faz com ele retire-se temporariamente de seu cargo. Paralelamente, a problemática hacker Lisbeth Salander é contratada para realizar uma investigação sobre o passado de Blomkvist, mergulhando fundo em sua vida pessoal e profissional. Por trás da investigação de Salander encontra-se Dirch Fode, empregado pessoal e confidente de Henrik Vanger, um aposentado idoso e patriarca de uma das famílias mais influentes da Suécia. Vanger oferece a Mikael Blomkvist um trabalho perigosíssimo e quase impossível: o mistério do desaparecimento de sua sobrinha Harriet, 40 anos atrás." (retirado de lucasfilmes.wordpress.com)
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