O curso de Comunicação Social e, especificamente, a habilitação de jornalismo sempre foram motivos de discussão entre eu, como estudante de jornalismo do 4º período, e meus amigos. Afinal, o que achamos da grande?
Para começar, se eu quisesse me formar em Cinema ou em Publicidade, não optaria pela PUC-Rio. Ou iria para a ESPM ou estudava mais um pouco e entrava na UFF. Os três primeiros períodos são focados demais na habilitação de jornalismo a ponto de sufocar os estudantes das outras habilitações e os próprios aspirantes a jornalista.
Já com a habilitação de jornalismo, o que ocorre? Técnicas de Reportagem (A. Ferreira, 4º período) é uma repetição de Técnicas 1 (J. Cruz, 2º período) ou mesmo do estágio no jornal do Portal PUC-Rio (A. Carauta, 1º e 2º período). Conceito do lead, como escrever o lead, quais são os fatos mais importantes para entrar na matéria, o que dá matéria, qual é o gancho, blablablá. E quando um texto que você leu para Sociologia (L. Fernando, 2º período) é dado na aula de Comunicação em TV (B. Aucar, 3º período)? Mais repetição e você, que leu “Sobre a Televisão”, repete todo o conteúdo. Nem vamos falar do livro “Deu no jornal”, certo? Bibliografia de Introdução do Jornalismo (I. Maduell, 1º período) e Comunicação Impressa (A. Carauta, 2º período). Será que esse livro é tão bom assim? Ou será que eles acreditam que a gente tem a capacidade de ler só um livro por ano? Tenho minhas dúvidas.
Enquanto temos de repetir todo o aprendizado e a leitura de períodos anteriores, as eletivas de fora do departamento obrigatórias são só de QUATRO horas em um dos oito períodos para a graduação. O jornalista, aquele profissional que tem de – ou pretende – saber de tudo um pouco, não tem a abertura suficiente para fazer Introdução a Economia, Eleições e Partidos Políticos, Direito Eleitoral, entre outras disciplinas, porque sofre a pressão para concluir o curso com uma única eletiva de fora do departamento. Deveria haver mais incentivo para essas matérias de fora do Departamento de Comunicação Social, afinal os alunos já podem ali ter uma base do conteúdo da editoria na qual trabalharão. Se eu me interesso por política e economia, nada mais justo que eu “puxe” algumas matérias e ainda pense em me especializar academicamente. A universidade abre esse leque para o estudante? Não.
Para o diploma ser obrigatório, precisa-se que as universidades cumpram a função de formar o estudantes, ou seja, ensine português - ainda que a escola não o tenha feito - e dê a base quanto a assuntos em geral - não só Filosofia, História Contemporânea e Política, Social e Econômica do Brasil. Se a melhor universidade privada do país não o faz, enquanto as públicas permanecem em greve, imagine as demais instituições espalhadas pelos 26 estados.

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