sábado, 11 de agosto de 2012

A primeira semana


Na aula de quinta-feira passada (9), nós comentamos o artigo escrito pelo professor Leonel Aguiar, publicado no Portal PUC-Rio Digital (leia aqui). O texto é sobre o jornalismo fast-food - quando o jornalista fica sentado na redação o tempo todo e acaba passando informações errôneas. Como exemplo, Aguiar contou o caso da notícia de uma agência da Bolívia que apurou uma notícia errada, e dois sites brasileiros, o da Veja e o de O Globo, reproduziram sem verificar a veracidade.

Isso passou a ser frequente com o webjornalismo e a pressa pelo furo, que faz os veículos quererem dar antes da rádio, da televisão e dos outros sites, daí tudo acaba em "barriga" - expressão que significa "erro".

Também discutimos o jornalismo de disfarce. As pessoas não sabem que você é jornalista, daí dá para observar tudo e poder acompanhar toda a história sem ser dado como jornalista. Assim, o impacto na realidade, como haveria com uma câmera ou um carro da emissora, é menor. Por exemplo, caso Tim Lopes no Morro do Alemão e também equipe do jornal O Dia na favela do Batam. (leia matéria da Piauí)

Tim Lopes é o grande nome do jornalismo investigativo no Brasil, principalmente depois da morte dele, que tanto fez a mídia mudar. Antes da reportagem no Alemão, pela qual ele mais ficou conhecido, ele já tinha feito matéria como operário do metrô e pedinte de rua para um jornal mais alternativo chamado O Repórter. A discussão sobre o filme "Arcanjo" (assista ao trailer), organizado com a ajuda do filho de Tim, está nos planos da aula. 

Já outro nome de destaque no jornalismo investigativo na televisão é Eduardo Faustini, por quem duas alunas da turma demonstraram bastante admiração (leia sobre ele na Trip). 

Ainda vamos aprofundar nas aulas, o que fez merecer o primeiro Prêmio Esso ir para reportagem da Revista O Cruzeiro - de equipe disfarçada que acompanhou pau de arara que veio do Nordeste a São Paulo com Lula durante cerca de um mês.

Outro assunto da aula foi a teoria da ação social, ou seja, como o jornalista produz algum tipo de ação ou reação na sociedade. Essa teoria trabalha com os conceitos de manipulação e distorção, que já caíram na boca do povo. Como exemplo de distorção da realidade, podemos voltar ao exemplo dado no artigo de Aguiar sobre a expulsão da Coca-Cola da Bolívia. Encontramos dois viés políticos, que distorcem a realidade: o da esquerda, quando a pessoa acredita que aquilo fará bem à sociedade pois trata-se do afastamento do símbolo do capitalismo e o da direita, quando a pessoa acredita que a expulsão é fruto de regime autoritário.


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