sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Jornalismo incendiário vs. Jornalismo investigativo


Discutíamos na aula passada como determinadas notícias assumem um espaço grande no noticiário. Para ilustrar, podemos nos lembrar do caso Isabella Nardoni, a menina de 5 anos que morreu depois de ser jogada pela janela do apartamento do pai e da madrasta em março de 2008. 

O acompanhamento diário das investigações encaixa a cobertura na expressão “jornalismo incendiário”, de Pierre Bourdieu em “Sobre a Televisão”. O jornalismo, segundo ele, tem a capacidade de elevar a temperatura de determinados eventos. Poderiam ter uma amplitude leve, mas o jornalismo incendeia o caso. O índice de audiência pauta o jornalismo e baixa a qualidade da TV, para Bourdieu. A pressão do campo econômico impede que o jornalista se comprometa a ter programas que busquem a reflexão, mas só programas de auditório e entretenimento. 

A procura pelo furo de reportagem também é uma das preocupações do jornalista e é importante para o veículo de comunicação ganhar credibilidade. Para isso, a empresa deve investir em jornalismo investigativo – cujas matérias levam mais tempo para ser feitas, pois exigem uma apuração mais rígida e difícil.

Se isso não ocorrer, tudo pode acabar como o caso Escola Base. Acusações levianas sem a apuração necessária, sem documentos, sem fontes, e que vão trazer processos. A reputação moral de pessoas e instituições estão em jogo. É bem como dizem:


A reputação que você demora séculos para construir você destrói em um segundo: um erro e ferra tudo. 

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