Quando
entramos na universidade, ainda meio crus, aprendemos que notícia é aquilo que
traz alguma novidade, o “gancho”. À medida que o tempo passa, passamos a usar
os “óculos” de jornalista para enxergar mais nitidamente o que renderia
matéria. Isso, porém, pode representar um problema a ponto de o professional
não entender o que o telespectador quer assistir, porque vive no ambiente da
redação de um canal de televisão. 
A escolha do
que é noticiado é um tema bastante subjetivo, assim como o espaço dado a cada
matéria no espelho do telejornal. Afinal, por que a agenda dos candidatos fica
poucos segundos e uma arte (somente a foto 3x4 do político e tópicos do
que ele fez), enquanto a ressaca do mar do Rio de Janeiro desloca uma equipe
para fazer um VT? Para chegar até o produto final, àquilo que os
telespectadores assistem em casa, a redação passa por algumas etapas:
A chefia de
produção decide as pautas. Os produtores escrevem e marcam o que deve ser feito
nas matérias do dia seguinte. O dia acaba. A chefia de reportagem analisa
se vale a pena fazer a matéria. A matéria é feita ou cai. Depois de feita, a
equipe volta para a redação. O editor chefe decide se ela entrará no telejornal
e quantos minutos ela terá. 
 
 
Esse enfoque da mídia para um tipo de notícia (ou uma notícia, na verdade) é algo que pode ser facilmente visto hoje em dia. São vergalhões, ressacas, crianças desaparecidas, assassinatos. Qualquer coisa que possa causar um choque na sociedade é sugada e jogada nas folhas dos jornais, mesmo que não seja nem mais com o intuito de informar. Afinal, é interessante saber o caso do primeiro operário que foi atingido pelo vergalhão de sobreviveu. Só que não eram necessários outros milhares de casos como o dele estampando as capas dos jornais. Ótimo texto!
ResponderExcluirNós falamos sobre isso esses dias. Será que o jornalismo esportivo aliena?
ResponderExcluirÉ bem próximo... Nosso papel é educar a população?!?
Quem disser que não talvez não saiba que há maior número de famílias que tem TV´s do que geladeiras no Brasil.
E ainda tem o conflito ... jornal/ empresa.
Afinal, quais pautas realmente servem a população?