sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A paixão pela máquina

O sorriso foi a principal forma de comunicação na Índia para Felipe Fittipaldi, cinegrafista da TV Globo e fotógrafo colaborador para Folha de S.Paulo e Veja Rio. Formando em 2007 em Jornalismo pela PUC-Rio, Fittipaldi voltou nesta sexta-feira (23) à universidade para falar da experiência de três meses na Ásia, para onde ganhou passagem aérea em concurso de fotografia realizado pela empresa Air France, e da vida no mercado de trabalho. 

O destino de Fittipaldi foi Ladakh, no Himalaia. Ele lembra que a escolha do local esteve relacionada ao baixo custo de vida, que teria de ser pago por ele, e ao alto preço de passagens aéreas para o continente. Apesar disso, Fittipaldi se hospedou algumas vezes na casa de moradores, que, gentilmente, não cobravam nada. Ele, porém, dava contribuições como forma de agradecimento. 

– Foi um trabalho divisor de águas, que mudou a minha relação com fotografia e abriu portas – recorda-se Fittipaldi, que esteve lá em 2008 e chegou a escrever uma reportagem, mas não a publicou. 

Além disso, o fotógrafo contou como funciona trabalhar para uma revista semanal, Veja Rio, e um jornal diário, Folha de S.Paulo. Segundo ele, para a Veja Rio, ele pode levar a foto para casa, pensar com tempo. Há, ainda, uma editora de arte que pauta de forma precisa a foto que ele precisa fazer. Ele ressalva, porém, que também pode fazer fotos com ideias dele. 

Já para a Folha, Fittipaldi lembra que não tem tempo de editar e corre para enviar a foto para o site do jornal. 

– Você senta num cantinho e manda as fotos por FTP para o site da Folha de S. Paulo. Vai do jeito que for, o importante é estar ali agora – diz Fittipaldi, que admite não gostar muito do “imediatismo”. 

Fora o concurso da Air France, Fittipaldi acumula outro prêmio na carreira: O olhar de fora da favela, do jornal O Globo, que o premiou com R$ 10 mil. Ele se lembrou de que a foto foi feita durante uma semana que ele passou com um repórter da Veja Rio dentro da favela Santa Marta, em Botafogo. O fotógrafo acrescenta que classifica como desrespeitoso a forma com que alguns profissionais trabalham dentro das favelas. Ele acredita que o fotógrafo tem de ser discreto, mas tomar cuidado para as pessoas não reagirem mal à câmera fotográfica. 

A paixão pela máquina surgiu quando Fittipaldi optou por cursar fotografia em Utah, nos Estados Unidos, onde estava para estudar o idioma. O domínio da língua inglesa não era pleno, então ele quis fotografar. Ali, ele não sabia a câmera poderia ser mais que um hobby. Anos depois, como fotógrafo do Projeto Comunicar, da PUC-Rio, ele ainda acreditava que “fotografia era divertido demais para ser uma profissão”. 

Hoje, Fittipaldi trabalha em três veículos de comunicação e conta histórias por meio de narrativas visuais.

Veja o ensaio fotográfico de Felipe Fittipaldi em Ladakh:


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