quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os escândalos da BBC


Os britânicos que pagam a licença anual da BBC de £145.50 (aproximadamente R$ 475) se surpreenderam com os bastidores do conglomerado de comunicação.

Em outubro deste ano, a principal concorrente da BBC, ITV, exibiu um programa sobre abusos sexuais praticados pelo apresentador da BBC Jimmy Savile, morto no ano passado. O jornalista Peter Rippon, da BBC, escreve que uma reportagem quanto ao tema tinha sido feita pela emissora. O conteúdo tinha sido, porém, “engavetado”. O caso ganha maior dimensão quando o premier David Cameron pede a reabertura das investigações. A ombudsman do New York Times questiona a recém contratação de Mark Thompson, diretor-geral da BBC de 2004 a 2012, que nega estar envolvido no escândalo. A história de Savile ganha desdobramentos, com revelações de pessoas que foram abusadas pelo apresentador durante a infância. Acredita-se que haja cerca de 300 vítimas identificadas e, em alguns casos, o crime ocorreu dentro da BBC. Pelo menos três médicos do Hospital Stroke Mandeville teriam recebido propina de Savile, encobrindo o apresentador dos abusos sexuais.


Enquanto isso, o programa da BBC Newsnight exibiu reportagem sobre abusos sexuais praticados pelo político Lorde Alistair McAlpine. A emissora não deu o nome dele, mas deu evidências para os telespectadores encontrarem o nome de McAlpine. As acusações não confirmaram, porém, pois tanto ele quanto a possível vítima negaram. O então diretor-geral da BBC, George Entwistle, renuncia o cargo e recebe a compensação de um ano de trabalho, R$ 1,47 milhão. Mais funcionários da BBC se afastam do cargo. Desta vez, a diretora da BBC News, Helen Boaden e o vice dela, Stephen Mitchell, pedem licença temporária, enquanto a empresa analisa por que o programa da BBC sobre Savile não foi ao ar. BBC entra em acordo com McAlpine para indenizá-lo em £185 mil, o equivalente a mais de R$ 600 mil. 

Se fosse no Brasil, todos ainda estariam mamando nas tetas da empresa pública choramingando “Não fui eu! Não fui eu!”.

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